João Coroinha do Brasil,
A noite reza, pede saúde e paz a família,
E é de manhã bem cedo que esquece que tudo tem seu preço.
Antes de ascender o primeiro cigarro,
No espelho admira a cara que tem,
Aproveita pra escrever bobagens no bafo,
Depois da pinga barata, foi salvo por um triz.
No carro tenta encontrar motivos pra não voltar pra casa,
Em todo sinal, um pedido de esmola.
Domingo vai a missa, e canta no coral!
É tão hipócrita que na igreja saúda o irmão que sentou ao seu lado, que na rua não passa de “preto filho da puta”.
Na rua mexe com todas as mulheres,
Sabe piadinhas pornográficas e passa e-mails inúteis.
Sabe tudo!
O peito leva o brasão do clube, e o hino ele sabe de cor,
Exibe cicatriz que ganhou numa briga de bar.
Detesta viado, preto, pobre, mendigo, o Lula, o Tio e o mala do 201.
A noite reza, pede saúde e paz a família,
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